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Luís de Camões, numa frase simples, escreveu a mais radical definição de solidão:
“É solitário andar por entre a gente”.
Na turba que se move, por entre a gente que nos acotovela e invade,
atravessando a mole humana que fervilha de inquietação e bulício,
podemos andar completamente sós,
mais que sozinhos, solitários,
habitados por uma solidão sem rosto que ninguém pode tocar.
Estar solitário é este vazio de gentes em nós.
Curiosamente o poeta descreve esta solidão primordial como um sintoma da paixão.
O que é verdade.
Nunca estamos tão radicalmente sós como quando amamos.
Ou deixamos de amar.
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