Não é a primeira vez que a igreja católica se alia ao poder político para destruír mulheres. A história repete-se e esta tensão é antiga... basta lembrar a oposição da hierarquia eclesiástica que tiveram todas as grandes santas e doutoras da Igreja.
Nos EUA as congregações religiosas femininas estão sob ataque feroz da ala mais conservadora do Vaticano. Trata-se no fundo de um ataque estritamente ideológico/político que tem como pano de fundo as eleições presidenciais e o jogo de poder entre a extrema direita neocon e os apoiantes de Obama. A afirmação da corrente do radicalismo católico (radtrads ) está a crescer nos EUA e, com a sua imensa força económica, influencia os corredores romanos. Subjacente está também uma luta de poder masculino, com as estruturas episcopais locais a exigirem absoluta submissão e obediência das congregações femininas.
Em causa está um relatório do Vaticano sobre a Conference of Women Religious, uma organização que representa mais de 80% das 57 000 religiosas consagradas católicas dos EUA. De notar que neste momento a Igreja católica norte americana escolheu como interesse fulcral da sua agenda pública a luta contra a Casa Branca, incluindo a questão do financiamento da contracepção em seguros de saúde.
Em boa verdade , para a esta igreja masculina e tradicionalista o catolicismo e o evangelho reduzem-se a duas questões - a luta contra a pílula contraceptiva e o casamento dos homossexuais.
Acontece que nos EUA as congregações católicas religiosas femininas, com uma robusta formação teológica e de espiritualidade católica, têm focado mais a sua acção em questões como a pobreza, os direitos dos imigrantes, a espiritualidade pessoal e são bastante sensíveis aos direitos das mulheres.
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