Quando foi publicado o Summorum Pontificum , alguns exultantes Rad Trads portugueses vaticinaram o fim da Missa "maçónica". Mas a obstrusa ideia de um "movimento de massas" que varreria a "missa maçónica " do mapa, assim que os católicos pudessem aceder à missa renascentista, não passou de uma ilusão de alguns fanáticos.
Feitas as contas, em Portugal as missas tridentinas reduzem-se a meia dúzia de Missas em Fátima.
Fátima aliás, é um nicho de mercado eclesial que acolhe as manifestações mais esotéricas, incluindo sessões de esconjuro às missas em latim.
E, mesmo essas celebrações pontuais, caracterizam-se pelo deserto, com meia dúzia de gatos pingados oriundos de vários recantos do país, que não dão para encher uma singela capela.
Ou seja, os católicos portugueses não se entusiasmaram nada com este regresso ao Renascimento e com as invectivas ao Concílio Vaticano II.
Há cerca de um ano, por exemplo, foi anunciado publicamente que o Rito Tridentino passaria a ser celebrado em Braga, numa igreja central a designar pela respectiva Arquidiocese. Até hoje, nada, a não ser uma pequena e isolada celebração privada, celebrada com parangonas.
Nada em Braga, nada no Porto, nada em Lisboa, nada. Em todas as regiões do país, o cenário é o mesmo. Em Portugal não existe um único sacerdote diocesano que celebre o Rito Extraordinário nas suas paróquias. Porquê? Por uma razão muito simples - em nenhuma paróquia existe um número mínimo de fiéis que esteja disposto a acorrer a essas celebrações, de uma forma consistente e continuada. Esses "hereges progressistas" parecem preferir a "execrável missa nova"(sic).
Isto apesar do intenso proselitismo Rad Trad ( aqui pelo burgo multiplicam-se em coscuvilhices blogosféricas e boateiras de comadres, entre rezas, hate mails, ameaças histéricas e até impulsos de escatologia telefónica), mas a nível mais sério há o trabalho de sapa das sucursais multinacionais.
Um fiasco.
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