O velho furriel lê revistas aos quadradinhos antes de adormecer.
Só o tio patinhas lhe apaga os rostos da insónia com que luta, alagado em suor, a lembrar os gritos e os corpos mutilados.
Mal acende a luz do candeeiro logo os fantasmas voltam ,
e quanto mais envelhece e a sombra da morte se aproxima,
mais as caras dos rapazes lhe aparecem cada vez mais novas,
cadáveres a boiar na lagoa de uma guerra estúpida.
Mal acende a luz do candeeiro logo os fantasmas voltam ,
e quanto mais envelhece e a sombra da morte se aproxima,
mais as caras dos rapazes lhe aparecem cada vez mais novas,
cadáveres a boiar na lagoa de uma guerra estúpida.
Os urros dos turras torturados pela PIDE, que diligentemente acompanhava os pelotões, aparecem-lhe agora como gritos de pequenos garotos aterrorizados a acordarem a noite,
que o peso da guerra, atroz, marca para sempre o sono de um homem.
Sem comentários:
Enviar um comentário