"O Estado insiste em dar Educação sexual Matemática aos meus filhos e encomendou o serviço a uma associação um professor qualquer sem me perguntar se quero. Devem achar que não dou conta do recado, que não sei. Cheira-lhes. Têm um dedinho que advinha, uma pulga atrás da orelha, foi um passarinho que lhes soprou ao ouvido. Qualquer coisa. Pergunto: porquê? Conhecem-me de algum lado? Já agora, podiam fazer uma rusga pelo país para averiguar se os meninos comem a sopa em vez de gomas, ou se lêem os livros correctos, ou se lavam os dentes e as mãos. Podiam mesmo criar o Ministério do Grande Educador. Mas o defeito deve ser meu: esta crença cega na Liberdade e na Democracia condiciona-me o raciocínio. Sendo eu uma perigosa democrata, acho que ninguém tem nada a ver com a educação sexual o ensino de Matemática dos meus filhos, nem com a sua educação religiosa ou política. Muito menos o Estado, que não percebe patavina do assunto".
Texto original de Inês Teotónio Pereira.
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