Ela conta-me da violência do primeiro ciclo de quimio. Como se o corpo de repente mirrasse intoxicado de citostáticos: não é apenas o tumor, são as vísceras todas que se debatem num envenenamento lento, vomitando-se a si mesmas. O sofrimento físico é intraduzível nas palavras que usamos diariamente para fazer as contas à vidinha. È como estar grávido da morte e ter de abortar todos os dias, explica.
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