Regresso a casa.
Lisboa parece-me o que sempre foi nestes regressos sincopados - uma pequenina cidade provinciana dividida por bairros, estirpes, grupos sociais que não se tocam. Há uma grande beleza nesta lisboa tão pequenina que já foi o centro do mundo e tem saudades desse tempo.
No Starbucks do Rossio, onde escrevo a esta hora, empilham-se estudantes, malabaristas, viajantes e pintores. Na mesa do canto uma mulher velhíssima com uma boina branca à anos trinta, folheia um livro numa língua nórdica.
Gosto do ambiente e do cheiro a café, gosto desta cacafonia multilingue, gosto das cores das caras das pessoas em manta-de-retalhos, gosto do Tejo ali perto, hoje mareado de um vento gelado, gosto de misturar a baunilha e a canela no capuccino e ficar a cheirá- lo longamente antes do primeiro golo.
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