segunda-feira, fevereiro 21, 2011

da vida das pessoas

Ricardino mantém o riso de criança.
 È raro mas acontece, alguns velhos conservam até ao fim da mais extrema ausência toda a frescura de um recém-nascido.
São felizes  com o periquito matinal, riem descarados face a um limoeiro, espantam-se com as miudezas dos dias.
Nenhuma sombra, nenhum rancor, nenhuma agridoçura.
Quando compoem a boina sobre os cabelos vagos fazem-no precisamente com os mesmos gestos de quando tinham seis anos, um misto de garridice desajeitada e medo do frio - sim minha mãe, já puz a boina.
Tenho este defeito - gosto dos velhos.

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