Mccain teve um melanoma invasivo nos últimos dois anos, segundo relatório médico.
Apesar das campanhas mediáticas, um melanoma invasivo não é propriamente uma gripe, pois a taxa de sobrevida em cinco anos não é tão animadora qunto isso.
Sendo assim, a probabilidade de Palin ser a próxima Presidente dos EUA, caso Mccain ganhe as eleições não é uma hipótese remota, mas uma probabilidade séria.
Palin é antes de mais um golpe de campanha genial num domínio a que está reduzida a política actual - puro espectáculo. Mulher, personalidade carismática e sobretudo gira - uma verdadeira tia que tem a vantagem de ser inteligente e dar uma boa capa na playboy. Mediaticamente vendível como produto de consumo ou entretenimento, visto cumprir o seu papel de fêmea. Uma mulher na corrida presidencial levanta também discussões políticas interessantes, como as roupas e os óculos de marca , reduzindo o protagonismo feminino ao essencial ( roupa e estilo).
A utilização da família e dos valores familiares mais conservadores aliada ao fundamentalismo cristão no seu esplendor é o retrato de uma certa américa ianque e predadora, que tanta animosidade e sangue tem feito correr. Our mama beats your Obama, dizem as T-shirt de campanha. A maternidade surge assim como uma ideologia de per si ou uma afirmação política sobre os papéis de género e as formas de organização social. Uma mulher com muitos filhos terá de ser forçosamente conservadora e defensora do modelo de família patriarcal.
Ainda a propósito dos valores da família e dos valores cristãos, a exibição do filho de Palin, de quatro meses de idade, a passar de colo em colo de cada membro da família e até pelo colo da mulher de McCain, à noite, no meio de um barulho ensurdecedor, parecendo mais inconsciente - quase inerte - do que adormecido, constantemente focado pelas câmaras de televisão, especialmente quando Palin promete ser na Casa Branca uma "defensora" de quem filhos deficientes, foi para mim, (....) uma das coisas mais obscenas que vi num ecrã de televisão em toda a minha vida. Subscrevo inteiramente esta observação do Pedro Magalhães.
Também não deixa de ser paradoxalmente edificante e igualmente obsceno saber que Palin tem uma filha de 17 anos solteira e gravidíssima. Consequência directa de uma educação cristã ultraconservadora e de incapacidade de supervisão parental. Prova do falahanço das ridículas campanhas do anel prateado.
Tenebroso que chegue? Não. A mulher é criacionista, não sabe onde fica o Irão e não acredita no aquecimento global.
O poderossímo lobby das armas apoia Palin. Guns and roses. Se Palin ganhar a guerra total está garantida. Em nome da vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário