segunda-feira, março 17, 2008

O pecado


"O conhecimento dos mecanismos moleculares subjacentes à especialização morfológica e funcional das células e tecidos (diferenciação) e da formação dos organismos adultos (organogénese) abre, assim, perspectivas para a compreensão dos processos de desenvolvimento do embrião humano e dos defeitos que podem gerar-se no decurso da sua evolução (congénitos), e também, da origem e progressão dos tumores ou do modo como se poderão aplicar materiais de substituição biológica para reparar deficiências estruturais do nosso organismo.
(...) as aplicações possíveis das Células estaminais com fins terapêuticos surgem como muito mais vastas e promissoras, designadamente no âmbito da reparação de tecidos e órgãos – que alguns consideram poder constituir uma nova
“era” , a da Medicina Regenerativa
(Kukekov, 1999; Bjorklund & Lindvall, 2000;Assady et al., 2001; Hagege et al., 2003; Ghostine e tal., 2002). De igual modo adisponibilização de linhas célulares derivadas de CE poderá servir para testar fármacos,o que possibilitaria individualizar tratamentos, melhorando a sua eficácia e reduzindo o risco de efeitos indesejáveis. De entre as primeiras aplicações admite-se a possibilidade de as CE se constituírem como matrizes de tratamentos baseados na substituição de partes de tecidos e de órgãos que se encontram lesados por afecções irreversíveis. São exemplos: as doenças degenerativas do sistema nervoso central (v.g., doença de Parkinson e doença de Alzheimer), órgãos afectados por tumores malignos, parcialmente destruídos por agressões traumáticas (v.g., traumatismos vertebromedulares),térmicas (v.g., queimaduras extensas da pele) e também por isquémia (v.g.,áreas mortas do tecido cardíaco ou nervoso após enfarte por obstrução vascular) ou perda de áreas críticas do metabolismo do pâncreas (v.g. ilhéus de Langherans e diabetes).
Admite-se que a utilização de CE para regenerar tecidos poderá ainda minorar as dificuldades em obter órgãos dadores em número suficiente para as necessidades actuais e futuras de transplantação de órgãos o que constitui um relevante problema de saúde pública. "
in RELATÓRIO SOBRE INVESTIGAÇÃO EM CÉLULAS ESTAMINAIS - CNEV, 2005

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