O homem da bomba da gasolina sorriu-me amavelmente.
Nos últimos anos, das incontáveis vezes que o encontrei na bomba de gasolina, não me lembro uma única vez da sombra de um sorriso, apenas um ar crispado num rosto moreno e algo indolente, os gestos bruscos do corpo, um vago passado de ex- toxicodependente, que essas coisas deixam marcas nos braços e no olhar.
Ontem o homem sorria sonhadoramente enquanto enchia depósitos, com um vago ar de poeta. Fiquei a pensar uns segundos o que significava o latejar do sorriso até que um vislumbre me ocorreu - ESPERANÇA.
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