Em ávila o inverno gela a alma. Ao longe as montanhas estão cobertas de neve e o ar é tão cortante e agreste que o chão não descongela sob os passos.
O dedinho da santa, mumificado, ainda lá está - a falange e falangeta do dedo anelar, com dois tristes anéis mais ou menos preciosos, restos de ossos adorados por fanáticos e que enjoam as crianças.
Em àvila os invernos são assim, tão agudos que os dedos dos meninos vivos azulam
e os dedos das velhas mortas não se desfazem.
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