O culto de uma figura feminina apropriada sobretudo pelos pobres, pelas mulheres e pelas crianças repercute algo de matricial na nossa religiosidade popular - o culto da feminilidade e os rituais de fertilidade. A quase coincidência entre a procissão da rainha santa - a nossa, como dizem algumas pessoas – e as manifestações marianas como fátima , não são coincidências.
Neste caso, mais uma vez, adora-se ritualisticamente uma jovem mulher em que o milagre simbólico foi o de dar aos pobres pão em vez de rosas. Há uma simbologia poética neste milagre das rosas, que aliás não é inédito na iconografia medieval europeia.
Mas Isabel de Coimbra não foi amada pelos pobres apenas pela sua bondade e generosidade. Foi amada por a saberem vítima de um marido violento, que a tentou confinar e sobretudo por ter tentado a todo o custo mater a paz entre um pai e um filho e suster uma guerra civil num país de que só foi rainha por acaso.
Rezam as crónicas que ao saber eminente uma batalha entre o rei e o seu filho, Isabel montou a cavalo e foi colocar-se entre as tropas prestes a combater.Para se engalfinharam e teriam de passar pelo seu cadáver.
Esta atitude extraordinária de uma mulher medieva (quando, segundo os padrões do tempo, deveria era estar era em casa a rezar tercinhos pela paz do reino) fez dela uma verdadeira rainha e rendeu o coração dos homens armados.
O poder feminino contra o poder das armas.
sábado, julho 12, 2008
Rainha Santa Isabel
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