terça-feira, maio 29, 2007


O ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Matsuoka Toshikatsu, de 62 anos, suicidou-se ontem numa residência para os parlamentares em Tóquio. Enforcou-se com a trela do cão.
Matsuoka ia hoje ser ouvido numa comissão parlamentar por alegadas irregularidades na gestão do seu ministério.
O suicídio, no Japão, tem um significado social muito preciso, podendo ser mesmo uma honra para o indivíduo e para a família. Ao contrário doutras culturas, no Japão não existem tabus religiosos contra o suicídio, que é considerado uma forma honrosa de escapar do fracasso ou de salvar a honra dos parentes de constrangimentos decorrentes de dificuldades financeiras.

Com 127 milhões de habitantes, o Japão tem uma das maiores taxas de suicídio do mundo industrializado, 24,3 por cem mil habitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os pactos de suicídio e o suicídio através da net têm aumentado exponencialmente.
Comprei o meu primeiro livro de amelie nothombe, enquanto procurava literatura leve para ler numa viagem de avião. Literatura de voo, pensei eu, sem pingo de expectativa. Enquanto folheava o Stupeur et tremblements . Logo me passou o cepticismo. Divertida e fascinada, sorvi o livro com uma delícia de que não me lembrava. A frescura do texto , a improbabilidade do desfecho, e a deliciosa construção frásica cheia de um humor intraduzível e uma reflexão sobre uma sociedade extremamente organizada, hierarquizada, duma rigidez sem brechas.
Onde, por isso mesmo as taxas de suicídio, são as mais elevadas do planeta , sem que isso suscite espanto.

Singulièrement, il y a une logique à cela : les systèmes les plus autoritaires suscitent, dans les nations où ils sont d'application, les cas les plus hallucinants de déviance - et, par ce fait même, une relative tolérance à l'égard des bizarreries humaines les plus sidérantes. On ne sait ce qu'est un excentrique si l'on n'a pas rencontré un excentrique nippon.”

segunda-feira, maio 28, 2007

Amores possíveis


Foi mais ou menos assim: á saída das urgências , depois de um turno embrutecedor, o joão comentou que nessa manhã a água faltara no meio do duche e ele ficara atordoado, olhos a lutarem contra a espuma do Shampoo, a apalpar ás cegas o caminho para a toalha, como uma barata tonta, no meio da neblina do vapor.
Entre risos, inesperadamente, Inês imaginou-o nu, o dorso moreno ensaboado, as pernas musculosas, o pénis semierecto de um prazer interrompido, viu os gestos entontecidos da vulnerabilidade cega, e amou-o logo ali, para sempre, sem que ele sequer sonhasse.

domingo, maio 27, 2007

O amor possível


Quando edite se apaixonou por thomas estava gravidíssima do luís. ~
Não se pense que edite era um galdéria qualquer, nada disso. De boas famílias, atinadinha, metódica, casou mais por inevitabilidade que por convicção com o eterno namoradinho de faculdade.
Morena, de um sorriso translúcido a desfazer-se em covinhas, edite é e sempre foi , a ditinha para os amigos. Calma, serena tranquila, sem um rasgo de paixão ou dolorosa inquietação, inteligente, suave, nunca vi estremecer a ditinha num sussurro de uma discussão durante os anos que partilhamos .
Atravessou a faculdade sempre na sombra do luís e o casamento pareceu-nos a todos um percurso normal.
Ditinha apaixonou-se pelo thomas numa reviragem de filme, desses momentos que merecem uma banda sonora especial. Um verdadeiro amor é sempre um amor á primeira vista , contou-me, e assim foi quando viu Thomas pela primeira vez, loiro, altíssimo, com longas mãos de artesão perdido, e ele a descobriu deslumbrado, morena, de olhos fulvos, sorriso a desfazer-se em covinhas e uma enorme barriga de virgem grávida.

Foi há nove anos. Estão juntos até hoje.

As relações laborais são muitas vezes marcadas pela competição, hipocrisia, pequenas intrigas e frustração. Mas mais grave que isso é observar as relações entre pessoas próximas baseadas no egoísmo e na autogratificação.
O outro só interessa na medida em que satisfaz pulsões narcísicas…
E chamam a isso amor.
E família. E laços sagrados…E discursos éticos e religiosos e bla bla bla.

sábado, maio 26, 2007


O segredo da felicidade é nada esperar.

Mestiço, na terminologia francesa é um tecido, o que supõe criação, assimilação, elaboração a partir de fios ou materiais diferentes. E, todavia, não é um tecido plenamente conseguido: a cunhagem da palavra francesa métissage acaba por incorporar no prefixo mé a mesma incompletude e o mesmo sentido de insuficiência que esse prefixo empresta à palava méconnaissance que, não sendo integralmente traduzível pela palavra ignorância ou não conhecimento, remete no entanto para uma certa desadequação ou incumprimento do conhecimento.
Assim, mestiçagem não é a fusão total dos fios com que se tece, nem é a sua separação total: está a meio-caminho entre o ser e o não ser.

Laplantine

AS MULHERES EM PORTUGAL Direito ao Voto

1911 A médica Carolina Beatriz Ângelo, viúva e mãe, vota nas eleições para a Assembleia Constituinte, invocando a sua qualidade de chefe de família.
A lei é posteriormente alterada, reconhecendo apenas o direito de voto a homens.

1913 Primeira mulher licenciada em Direito - Regina Quintanilha.

Lei n.º 3, de 3 de Julho de 1913, que atribui o direito de voto aos cidadãos do sexo masculino que saibam ler e escrever.
1931 Expresso reconhecimento do direito de voto às mulheres diplomadas com cursos superiores ou secundários (Decreto com força de lei n.º 19694, de 5 de Maio de 1931) - aos homens continua a exigir-se apenas que saibam ler e escrever.
1933 Nova Constituição Política do Estado Novo que estabelece a igualdade dos cidadãos perante a lei, "salvas, quanto à mulher, as diferenças resultantes da sua natureza e do bem da família" (Art.º 5.º).

1946 Nova lei eleitoral, mais alargada que a de 1931, continuando, porém, a exigir ainda requisitos diferentes para os homens e para as mulheres eleitores da Assembleia Nacional (Lei n.º 2 015, de 28 de Maio de 1946).

1967 Entrada em vigor do novo Código Civil. Segundo este, a família é chefiada pelo marido, a quem compete decidir em relação à vida conjugal comum e aos filhos.

1968 Lei n.º 2 137, de 26 de Dezembro de 1968, que proclama a igualdade de direitos políticos do homem e da mulher, seja qual for o seu estado civil. Em relação às eleições locais, permanecem, contudo, as desigualdades, sendo apenas eleitores das Juntas de Freguesia os chefes de família.

1974 Revolução de 25 de Abril. Instauração da Democracia.

Três diplomas abrem o acesso das mulheres, respectivamente, a todos os cargos da carreira administrativa local (Decreto-Lei n.º 251/74, de 12 de Junho), à carreira diplomática (Decreto-Lei n.º 308/74, de 6 de Julho) e à magistratura (Decreto-Lei n.º 492/74, de 27 de Setembro).

Abolidas todas as restrições baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral dos cidadãos (Decreto-Lei n.º 621/A/74, de 15 de Novembro).

Primeira mulher ministra: Eng. Maria de Lourdes Pintasilgo, na pasta dos Assuntos Sociais.

sexta-feira, maio 25, 2007

Somos todos mestiços


Mestiçagem é, em primeiro lugar, uma experiência – da desapropriação, da ausência e da incerteza que pode brotar de um encontro, o que traduz uma condição muitas vezes dolorosa de “afastamento do que se é” para mergulhar no futuro imprevisível do mistério do outro e dos outros. A noção de mestiçagem, seja aplicada a pessoas, ou pensamentos, cultura ou arte, é sempre uma condição de algo em movimento, sendo o nomadismo e a metamorfose os seus símbolos privilegiados e a desapropriação, como mediação entre a familiaridade e o estranhamento, o seu estado natural.

Laplantine

quarta-feira, maio 23, 2007

Legado de Chernobyl

Por uma questão de pesquisa , dispus-me nos últimos dias a estudar a relação entre viver perto de Chernobyl e uma maior incidência de perturbações psiquiátricas ou maior vulnerabilidade ao stress.
Encontrei, de entre os milhares de textos e investigações disponíveis, este extraordinário documento.

Para digerir em silêncio, com um nó na garganta.
Vale mais que mil correlações estatisticamente significativas, mas infelizmente, não posso usar nem imagens digitais, nem documentos electrónicos na minha investigação.

domingo, maio 20, 2007

Aguarela




Na praça, á volta do tocador de guitarra, amontoa-se uma pequena multidão policromada. Os mais novos de rastas, roupas étnicas, tatuagens, piercings, as marcas codificadas da tribo, mistura de subculturas alternativas em que padrões seventies se misturam com padrões futuristas, num revivalismo juvenil de colagem de mosaicos, mesmo ao lado, uma velhíssima senhora, com um penteado impecável anos cinquenta procura um espaço para se sentar. O que há de mais encantador na figura escorrida é o desenho das sobrancelhas, um finíssimo traço a lápis preto define o enquadramento do olhar, estilo Marlene Dietrich, a saia de pregas, impecável, que ela alisa mesmo assim em gestos lentos enquanto ouve a balada, e ao lado os turistas, os casais improváveis, mendigos árabes a fingirem estátuas, uma puta velha de meias de rede, a cobiçar umas brincos de quinquilharia e uma dourada luz mediterrânica a embalar tudo.

Lassie, a cadela da avó da Francisca morreu. Não houve nenhum acidente, nenhuma doença grave. A cadela estava velhota e só o amor e o conforto da família lhe permitia uma vida longa e funcional.
Mas a Francisca e a Lassie tinham um amor muito forte. Quando a Francisca nasceu a Lassie já era uma bela cachorra e desde que se lembra do mundo, e ao longo de dez anos, Francisca contou com as brincadeiras, os mimos, a força e a cumplicidade da Lassie. Nas últimas férias da Páscoa, quando Francisca esteve doente, com febre, a lassie passou o tempo todo deitada ao lado dela, com um ar preocupado e protector.
Por isso a Francisca durante esta semana chorou várias vezes na escola, em silêncio e meio envergonhada de demonstrar a sua dor. Só um grupinho pequenino (as amigas da turma, expressão pequena para classificar a deliciosa teia de relações entre cinco meninas de dez anos) sabia do segredo. Sim, porque a dor do luto é um segredo.
Num intervalo lá estavam todas – a Francisca a chorar, inconsolável, a esconder as lágrimas para que nenhum miúdo parvo da turma se apercebesse e ainda gozasse, a contar que sempre que via um cão na rua sentia uma tristeza tão grande que não conseguia conter as lágrimas. As outras meninas confortavam-na e partilhavam as suas perdas – um cãozito, a tartaruga de estimação - abraçavam-na davam-lhe beijinhos. Até que a maria luís, do alto dos seus dez anos, encontrou estas palavras mágicas – Mas ó Francisca, a Lassie vai ficar sempre contigo no teu coração. Enquanto lá estiver, não morreu.

Abismada com a profundidade da frase, reflecti que não ensinamos as nossas crianças a viver as dores, o luto e a perda. Não lhes falamos sequer da inevitabilidade da morte, evitamos que vão a funerais ou que contactem com pessoas em fase terminal.

E, num mundo esvaziado de crenças religiosas e do conceito de continuidade, numa sociedade onde a morte é tabu e em que começa a ser socialmente desajustado a expressão do luto emocional, pergunto-me como podemos ensinar ás nossas crianças a lidar com a morte e a inevitabilidade das perdas.
Ou como podemos nós mesmos aprender a arte de morrer?

sábado, maio 19, 2007

A religião e as mulheres


A net tem destas coisas. Podemos escrever um milhão de páginas contra o fundamentalismo religioso ou contra a violência sobre as mulheres. Mas nada, mesmo nada tem o impacto das imagens em directo e on line da lapidação brutal (e tenebrosamente lenta) de uma menina de 17 anos.
As imagens horrendas, gravaads num telemóvel, estão disponíveis há alguns dias.

Eu, sou sincera, não consegui ver. Não consegui.

Dua podia ser qualquer uma de nós, as nossas filhas, a nossa irmã mais velha.

Para quem acha que o laicismo e o feminismo devem estar fora das agendas civilizacionais, a morte de Dua faz sentido.

domingo, maio 13, 2007

Ciência e Fé

Poema para Galileo
(….)
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
(…)
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
(…)
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
A.Gedeão

sábado, maio 12, 2007

Quando focamos a nossa atenção num único elemento concreto da realidade, é absolutamente provável que nos escapem completamente ( em termos de percepção sensorial) outras mudanças drásticas do contexto que estamos a percepcionar.

Esta limitação fisiológica do nosso sistema nervoso central, que não é propriamente uma limitação pois implica uma vantagem evolutiva, é o ponto de partida das técnicas de ilusão dos mágicos, manipuladores, burlões, ilusionistas e alguns indivíduos das “ciências ocultas”, espiritualidades alternativas, seitas e misticismos exacerbados.

Mas é também o ponto de partida para os manipuladores ideológicos ou de opinião.

quarta-feira, maio 09, 2007



António Gedeão.

Alguém viu esta menina?


Nunca em Portugal o desaparecimento de uma criança activou tantos meios policiais, suscitou tanto interesse mediático e provocou uma onda de solidariedade tão intensa, meso na internet.
Só é pena que tal não se repita de cada vez que desaparece uma criança portuguesa.
Sabe-se que se uma criança raptada não for encontrada nas primeiras vinte e quatro horas, as possibilidades de aparecer viva são reduzidas.
Apesar dos “visionamentos” fruto da sugestão, Madeleine , neste momento já não deve estar viva. O que as autoridades buscam é um cadáver e um potencial homicida, provavelmente um pedófilo e provavelmente de nacionalidade inglesa, e provavelmente muito próximo dos hábitos daquela família.
Os contornos deste “rapto” enchem de terror qualquer pai e mãe. Um momento de algum facilitismo e um intruso rouba uma filha. Aliado ao terror da perda, está o horror da pedofilia ou do tráfico de crianças. Dos actos isolados ás redes transnacionais, os crimes contra as crianças são hoje uma ameaça global, que afecta sobretudo os meninos e as meninas de países subdesenvolvidos.
Há milhões e milhões de Madeleines por esse mundo fora e estes crimes horrendos devem ser denunciados e combatidos.
Mas, o mais importante de tudo é sermos capazes de proteger os nosso filhos de predadores e de os educar para a segurança e responsabilidade. Sem entrarmos em paranóias de insegurança. Confesso que não é um equilíbrio fácil.

sábado, maio 05, 2007

A mãe


"A Bíblia põe na boca de Deus estas palavras: "Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, eu nunca te esqueceria. Juro pela minha vida."
Segundo E. Fromm, o psicanalista heterodoxo, é na mãe que encontramos o modelo ideal do amor.

De facto, o que é que procuramos senão o amor incondicional? Ora, a mãe ama o filho/filha não porque ele ou ela têm estas ou aquelas qualidades, não pelo que são, mas pura e simplesmente porque são.Também deste modo encontramos uma boa imagem para Deus.
O espantoso na mãe é que ela continua ela, mas, grávida, há nela, sem deixar de ser ela, lugar para o outro dela - o filho ou a filha -, e, ao longo da vida, ao mesmo tempo que eles podem sempre contar com ela o que ela quer é que eles sejam eles. São Paulo foi a Atenas dizer que "é em Deus que vivemos, nos movemos e existimos". É em Deus que somos, tudo é em Deus, mas, como a mãe, Deus quer ao mesmo tempo a autonomia das criaturas, dos homens e das mulheres."
Anselmo Borges

quinta-feira, maio 03, 2007


Curiosamente, os ecos do debate em França entre Sarko e Segolene, não apontam para questões ideológicas, políticas ou mesmo económicas e centram-se no tom de indignação desta num momento do confronto. Fala-se mesmo em “agressividade”.
Num debate decisivo para as eleições presidenciais ninguém colocaria o foco num momento mais vivo do debate se o seu interveniente não fosse uma mulher. Sarko manifestou a sua surpresa (não seria de esperar que uma fêmea humana fosse dócil?), e subjacente a esta discussão estão os habituais estereótipos sexistas.

Uma mulher é instável, emocionalmente.

Podemos colocar nas mãos de uma mulher o poder de controlar a bomba atómica?
Foto - Mulher prepara-se para ser vergastada publicamente em cumpriemnto da sharia.

quarta-feira, maio 02, 2007


Uma mutação genética do gene WKL1, do cromossona 22 parece estar fortemente associada ao aparecimento da esquizofrenia catatónica.

Outros dados recentes parecem suportar a ideia de que há uma relação entre uma inteligência elevada e os transtornos esquizofrénicos, documentada no filme mentes brilhantes.

Os investigadores examinaram uma variação comum de um gene, o DARPP-32, que faz com que a região do cérebro responsável pelo raciocínio mais sofisticado seja mais eficiente, melhorando o processo de transmissão de informações. Mas, ao que parece, esta variação está também relacionada com maior incidência de esquizofrenia nos sues portadores.

Que o aparecimento da esquizofrenia está relacionado com factores genéticos é um dado adquirido suportado por inúmeros estudos epidemiológicos. Mais recentemente, a investigação tem-se centrado na pesquisa da identificação de genes específicos que expliquem o aparecimento desta patologia, estando já identificados um conjunto de genes.
Mas a vulnerabilidade genética não explica tudo.
Por enquanto.

Na web, tudo está no mesmo plano.
Uma criança de cinco anos e uma multinacional podem interagir virtualmente num plano de igualdade. Mas esta igualdade virtual não deixa de ser isso mesmo - virtual.
Não é assim tão óbvia e definitiva, já que o território da web, movediço, paradoxal, urdido por inúmeros mapas e percursos, num hiperdocumento intemporal, tem as suas próprias armadilhas de exclusão e violência.

Um mundo volátil

"A globalização arrasta as economias para a produção do efémero e do volátil (por meio da redução em massa e universal da durabilidade dos produtos e dos serviços) e do precário (empregos temporários, flexíveis, de meio expediente)." Zygmunt.

A indústria do precário e do volátil estende-se depois ao domínio da arte, da ciência, do artesanato das ideias e, definitivamente, das relações interpessoais.

terça-feira, maio 01, 2007


Em França o ambiente é fervilhante.
Desta vez as eleições não vão apenas decidir-se nos clássicos debates televisivos.
A blogosfera turbilha e é aí, neste espaço virtual que se joga o futuro da política.

Acto falhado

O presidente do CDS/PP, Paulo Portas, afirmou esta terça-feira, na Madeira, que «o trabalho liberta», recorrendo a um dos lemas nazis mais utilizados nos campos de concentração durante a II Grande Guerra.

Os mundo imaginário de Moebius, as construções oníricas dos faunos ou a poesia em pedra.




Deus, se existe, tem qualquer coisa de Gaudi.


A forma como este desconstrói a organização geométrica espacial das linhas da arquitectura possível
e a transforma em ondulações imprevistas, conexões improváveis ou equilíbrios suspensos.

A arquitectura de gaudi lembra-me
a profusão de vida marinha nos corais.
Os Criadores divertem-se criar e a sua obra é tanto mais bela quanto o génio do seu delírio criativo.