a brasileira que passeia o caniche tem um leve ar de puta nortenha e um cabelo impossível - completamente platinado e pintado de vermelho nas pontas.
- vá nenem, faça aqui, quirido, murmura para o cãozinho de estimação com a mesma voz delicodoce com que atende os clientes no apartamento de subúrbio.
o cão, igualmente obediente, lá conspurca a relva do jardim, e ela, talvez com saudades do senhor esteves , ajoelha-se e apanha os dejectos com a mão direita.
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