o meu menino é de oiro, é de oiro o meu menino...
quem não tem um menino, de olhar doirado, não pode entender o fluir da cantiga, a penugem das bochechas, as mãos pequenas que tocamos maravilhados, a respiração do menino quando adormece, a sombra tão suave das pestanas, o cheiro, nada de mais doce e doirado que os nossos meninos quando os adormecemos em doirados cansaços.
domingo, janeiro 13, 2008
da escrita
Por vezes, basta um olhar, explicou-me o escritor. Alguém que se desencontra da multidão e fica absorto, numa vertigem da espera, a olhar para um lado improvável.
Às vezes a crispação e um rosto na paragem de autocarro ou umas mãos apodrecidas sobre um colo vazio. Às vezes é só a marca das olheiras de noites mal dormidas e no azulado das órbitas saltam estórias à espera de serem contadas.
Às vezes a crispação e um rosto na paragem de autocarro ou umas mãos apodrecidas sobre um colo vazio. Às vezes é só a marca das olheiras de noites mal dormidas e no azulado das órbitas saltam estórias à espera de serem contadas.
sábado, janeiro 12, 2008
Imigração, Stress intenso e prolongado , surto psicótico
Em a 13 de Dezembro de 2001, Makarov, imigrante ucraniano, deu entrada no serviço de Urgências do H Curry Cabral , com dores abdominais. No mesmo dia, devido à gravidade do quadro clínico, uma úlcera do estômago perfurada, foi sujeito a uma intervenção cirúrgica. Seis dias depois, teve alta .
Makarov começou a sentir-se mal, com dores, vómitos e ansiedade. E, em Agosto de 2002vomitou uma compressa pequena, dois ganchos e fio de sutura.
Apesar de se sentir bastante mal e não conseguir ingerir quase nenhuns alimentos sólidos, Makarov aguentou estoicamente e apenas voltou a recorrer a apoio médico em Novembro de 2002.
A razão desta atitude não é enunciada pelo MP, mas é provável que ela decorresse do facto de ser imigrante estar em situação ilegal e evitar o contacto com as instituições de saúde. A trabalhar nas obras, como operador de máquinas, Makarov só obteve autorização de permanência a 23 de Setembro de 2002.
Só depois de recorrer a serviços privados e fazer um raio X, o imigrante foi canalizado para as Urgências do HCC, onde foi de novo operado, para lhe retirarem uma tesoura, fechada, do estômago.
Recuperou das lesões abdominais, mas, em Maio de 2004, seria "encontrado na via pública com comportamentos psicóticos". Foi transportado para o HCC e transferido para o Hospital Júlio de Matos, onde lhe diagnosticaram uma "psicose delirante não especificada". Nota - Makarov foi operado por uma equipa incompleta, uma vez que não integrava um enfermeiro instrumentista - a quem compete contar o material no início e no fim das cirurgias. Contudo, conclui que, nesse caso, os médicos deveriam ter delegado as contagens no "pessoal circulante", ou feito, eles próprios, esse trabalho.
Makarov começou a sentir-se mal, com dores, vómitos e ansiedade. E, em Agosto de 2002vomitou uma compressa pequena, dois ganchos e fio de sutura.
Apesar de se sentir bastante mal e não conseguir ingerir quase nenhuns alimentos sólidos, Makarov aguentou estoicamente e apenas voltou a recorrer a apoio médico em Novembro de 2002.
A razão desta atitude não é enunciada pelo MP, mas é provável que ela decorresse do facto de ser imigrante estar em situação ilegal e evitar o contacto com as instituições de saúde. A trabalhar nas obras, como operador de máquinas, Makarov só obteve autorização de permanência a 23 de Setembro de 2002.
Só depois de recorrer a serviços privados e fazer um raio X, o imigrante foi canalizado para as Urgências do HCC, onde foi de novo operado, para lhe retirarem uma tesoura, fechada, do estômago.
Recuperou das lesões abdominais, mas, em Maio de 2004, seria "encontrado na via pública com comportamentos psicóticos". Foi transportado para o HCC e transferido para o Hospital Júlio de Matos, onde lhe diagnosticaram uma "psicose delirante não especificada". Nota - Makarov foi operado por uma equipa incompleta, uma vez que não integrava um enfermeiro instrumentista - a quem compete contar o material no início e no fim das cirurgias. Contudo, conclui que, nesse caso, os médicos deveriam ter delegado as contagens no "pessoal circulante", ou feito, eles próprios, esse trabalho.
Vegetas doentes
Uma reportagem interessante na Visão desta semana sobre um "convertido" ao vegetarianismo. E experiência clínica traz resultados perturbantes - uma dieta vegetariana restritiva conduziu a alterações metabólicas extremamnete negativas - aumento radical dos triglicéridos, e da homocísteína ( factores agravantes de doença cardiovascular); baixa para metade dos níveis de Vitamina B12 e ácido Fólico ( com graves consequências neurológicas e psíquicas a longo prazo), baixa considerável de ferritina e ferro sérico ( risco de anemia). E isto num indivíduo jovem e saudável...
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Eles é que sabiam
Este é o mais visto no Youtube nos últimos dias.
As minhas homenagens aos Gatos com a demosntração de que o humor mais nonsense é um indicador seguro das tendências políticas.
As minhas homenagens aos Gatos com a demosntração de que o humor mais nonsense é um indicador seguro das tendências políticas.
quarta-feira, janeiro 09, 2008
De iniciado a perito
As competências técnicas da prática clínica em profissões de saúde só se adquirem com treino. E os “objectos” do treino intensivo são cobaias humanas. AS competências de um enfermeiro, ou de um cirurgião ou de um terapeuta ou de um obstreta depende de algo só aparentemente muito simples – experiência práticas concretas, repetição rotinizada de “boas práticas”, experiências contínuas de padrões de comportamentos técnicos em quantidade considerável, de forma a que os gestos técnicos se tornem rotinizados, seguros, quase automáticos.
Quando falamos em treino de competências, quanto mais, melhor. Um perito é capaz de ultrapassar a segurança da rotina técnica e ter uma visão mais abrangente podendo agir em situações excepcionais ou de emergência. Mas um perito só adquire este patamar de articulação /concepção ou criatividade porque está muito seguro das rotinas técnicas básicas.
O treino de competências clínicas em cobaias humanas levanta questões éticas delicadas.Levanta também questões práticas de oportunidades concretas de aprendizagens significativas e estruturantes de competências técnicas básicas.
Algumas alternativas são práticas em laboratório. A Escola de Ciências da Saúde do pólo de Braga da Universidade do Minho (UM) abriu um Laboratório de Aptidões Clínicas, para formar os seus estudantes, treinando-os na recolha de histórias clínicas.O projecto, permite que os alunos contactem com "doentes estandardizados", actores treinados para simular determinada patologiacom o objectivo de melhorar a comunicação dos médicos com os pacientes.
Ou seja as competências e técnicas comunicacionais são um instrumento de base na prática clínica e devem ser objecto de aprendizagem.
Outras comptências técnicas instrumentais podem também ser treinadas em laboratório.
usando estratégias ou equipamentos elaborados, com recurso a novas tecnologias.
Mas o “saber fazer”, quando se trata de intervenções /cuidados em seres humanos, tem de ultrapassar as fronteiras laboratoriais.
Quando falamos em treino de competências, quanto mais, melhor. Um perito é capaz de ultrapassar a segurança da rotina técnica e ter uma visão mais abrangente podendo agir em situações excepcionais ou de emergência. Mas um perito só adquire este patamar de articulação /concepção ou criatividade porque está muito seguro das rotinas técnicas básicas.
O treino de competências clínicas em cobaias humanas levanta questões éticas delicadas.Levanta também questões práticas de oportunidades concretas de aprendizagens significativas e estruturantes de competências técnicas básicas.
Algumas alternativas são práticas em laboratório. A Escola de Ciências da Saúde do pólo de Braga da Universidade do Minho (UM) abriu um Laboratório de Aptidões Clínicas, para formar os seus estudantes, treinando-os na recolha de histórias clínicas.O projecto, permite que os alunos contactem com "doentes estandardizados", actores treinados para simular determinada patologiacom o objectivo de melhorar a comunicação dos médicos com os pacientes.
Ou seja as competências e técnicas comunicacionais são um instrumento de base na prática clínica e devem ser objecto de aprendizagem.
Outras comptências técnicas instrumentais podem também ser treinadas em laboratório.
usando estratégias ou equipamentos elaborados, com recurso a novas tecnologias.
Mas o “saber fazer”, quando se trata de intervenções /cuidados em seres humanos, tem de ultrapassar as fronteiras laboratoriais.
Não ao referendo
Pedro Arroja explica com clareza o porquê do referendo ser um disparate. Há matérias que, pela sua natureza são irreferendáveis. Banalizar e instrumentalizar este mecanismo de participação democrática é pôr em causa o próprio instituto do referendo.
"É mais do que óbvio que o chamado «Tratado de Lisboa» é irreferendável. Só quem não o leu, ou quem queira retirar dividendos políticos do facto, poderá insistir em tão peregrina ideia. Sob pena do instituto do referendo ficar definitivamente desacreditado, é suposto as pessoas compreenderem o que lhes é perguntado, para poderem responder com alguma consciência, e o resultado final fazer algum sentido. Ora, o documento em causa é intragável, mesmo até para os juristas especializados em Direito Comunitário, quanto mais para o comum dos cidadãos. Perguntar-lhes, por isso, se concordam com uma coisa que nem sequer vão ler e que se lessem não compreenderiam, é demagógico e absurdo.
2. É também mais do que tempo de compreender que pertencer à União Europeia consiste em participar num processo de integração económica e política de natureza supranacional. Isto quer dizer que a União não é uma organização internacional de cooperação, mas sim de integração, o que significa que possuiu uma dinâmica própria de criação de políticas comuns em detrimento das soberanias nacionais. Pertencer à União Europeia é aceitar isto, pelo que não se pode, por um lado, estar lá e, por outro, querer referendar todos os passos que ela dá no sentido de cumprir os seus objectivos. A saber, prosseguir com a integração económica e política dos seus membros, das suas soberanias e das suas políticas numa organização que os transcende."
"É mais do que óbvio que o chamado «Tratado de Lisboa» é irreferendável. Só quem não o leu, ou quem queira retirar dividendos políticos do facto, poderá insistir em tão peregrina ideia. Sob pena do instituto do referendo ficar definitivamente desacreditado, é suposto as pessoas compreenderem o que lhes é perguntado, para poderem responder com alguma consciência, e o resultado final fazer algum sentido. Ora, o documento em causa é intragável, mesmo até para os juristas especializados em Direito Comunitário, quanto mais para o comum dos cidadãos. Perguntar-lhes, por isso, se concordam com uma coisa que nem sequer vão ler e que se lessem não compreenderiam, é demagógico e absurdo.
2. É também mais do que tempo de compreender que pertencer à União Europeia consiste em participar num processo de integração económica e política de natureza supranacional. Isto quer dizer que a União não é uma organização internacional de cooperação, mas sim de integração, o que significa que possuiu uma dinâmica própria de criação de políticas comuns em detrimento das soberanias nacionais. Pertencer à União Europeia é aceitar isto, pelo que não se pode, por um lado, estar lá e, por outro, querer referendar todos os passos que ela dá no sentido de cumprir os seus objectivos. A saber, prosseguir com a integração económica e política dos seus membros, das suas soberanias e das suas políticas numa organização que os transcende."
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Família cristã
“el matrimonio y la familia son el centro neurálgico de la humanidad"; pero no cualquier familia sino en concreto la cristiana, que corre el peligro de "difuminarse" ante los nuevos modelos de família”
Curiosamente o modelo de família defendido na maif religiosa pelos extremistas católicos espanhóis é em tudo igual ao modelo de família muçulmana, nomeadamente quanto ao papel da mulher, a punição da homossexualidade, a proibição do divórcio ou da contracepção, a criminalização do aborto, e claro a inevitável menoridade feminina, acompanhada do exercício dos bons costumes, sem os quais os adolescentes podem mesmo provocar sexualmente os adultos
Com tudo isto, nem sei muito bem a que família cristiana se estavam eles a referir, mas à minha não era concerteza.
Curiosamente o modelo de família defendido na maif religiosa pelos extremistas católicos espanhóis é em tudo igual ao modelo de família muçulmana, nomeadamente quanto ao papel da mulher, a punição da homossexualidade, a proibição do divórcio ou da contracepção, a criminalização do aborto, e claro a inevitável menoridade feminina, acompanhada do exercício dos bons costumes, sem os quais os adolescentes podem mesmo provocar sexualmente os adultos
Com tudo isto, nem sei muito bem a que família cristiana se estavam eles a referir, mas à minha não era concerteza.
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