terça-feira, novembro 06, 2007

Pedro Arroja, conhecido pelo seu antisemitismo entrou agora numa orgia ideológica do fundamentalismo religioso.
Curiosamente os argumentos que utiliza têm sido esgrimidos de uma forma mais subtil a bastante mais inteligente por Ratzinger himself e algumas seitas catolaicas militantes.
O pressuposto é que as sociedades seculares , livres , modernas e democráticas, a que nos habituámos nos últimos dois séculos a considerar como o paradigma da “cultura ocidental”, estão em risco.
Os ateus e os agnósticos vão deixar de estar na moda e vêm aí tempos difíceis para eles “

Mas o risco de viver em liberdade e democracia (algo que só o secularismo permitiu em toda a história da humanidade) e o emergir do fundamentalismo religioso islâmico, associado ao terrorismo e à violência extrema, são para estes ideólogos , justificados e justificáveis:
“Apesar de alguns desencontros históricos, as religiões cristã e muçulmana acabaram por saber conviver sob condições de respeito e tolerância mútua. Aquilo que os muçulmanos ressentem não são os valores cristãos que eles, em parte, partilham e já conhecem há muitos séculos. Aquilo que eles ressentem é a nossa falta de valores e, em particular, o secularismo militante, o desaparecimento da sociedade da ideia que é a fonte de todos os valores - a ideia de Deus.”
OU seja o fundamentalismo religioso é justificável e a culpa dele é o laicismo do estado.

Ratzinger escreveu isso mesmo há uns tempos atrás e as posições públicas do Vaticano relativas aos direitos humanos e ao estado laico são extremamente próximas das dos lideres muçulmanos.

Tem razão numa coisa o Arroja.
Advinham-se tempos difíceis para os que acreditam na liberdade.
Volto ao post anterior.
Faz-lhes falta uma manhã sentados num banco de consulta do IPO.

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