quarta-feira, setembro 19, 2007

Tudo bons rapazes

Em Portugal a violência contra as mulheres atinge proporções catastróficas. Num só dia duas mulheres foram assassinadas pelos companheiros perante a complacência geral. Num caso a origem da morte, à frente dos filhos, foi a propósito de divergências sobre a educação dos mesmos.
O homem ter-se-á entregado à polícia com uma expressão do mais puro narcisismo:
estraguei a minha vida” ( e a vida dela??)

O outro caso, igualmente macabro, ontem de manhã, mesmo aqui ao lado, envolve dois estudantes universitários em Coimbra. A jovem, de vinte anos. Foi atacada á facada por terminar uma relação amorosa e deixada a agonizar numa valeta.
O assassino voltou ao local do crime, acompanhado pelos militares da GNR, mostrando-se “calmo, descontraído e por vezes sorridente".
Estamos a falar de pessoas jovens, aparentemente normais, com vidas estáveis, socialmente integrados. Mas a violência das relações passionais dirigida contra as mulheres tem algo de permanente na nossa sociedade e aprece agudizar-se quando as mulheres dão como garantidos os seus direitos de autonomia e autodeterminação.
A complacência social face à violência masculina mantém-se com discursos de justificação ou desculpabilização dos agressores cujos actos são descritos como “tresloucados” e os assassinos “BONS RAPAZES”.Em Espanha, os crimes contra as mulheres são levados bem mais a sério.

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