quinta-feira, setembro 13, 2007

Fundamentalistas


O que é comum nos crentes fundamentalistas de qualquer religião é a incapacidade de ler com distanciamento a mais simples análise crítica às suas crenças ou simbologias religiosas.
Basta lembrar o caso das caricaturas sobre maomé (em versão lusa tivemos a questão da caricatura do papa com um preservativo no nariz, que fez correr tanta tinta e até apelos à "censura"...).

A diferença entre os fundamentalistas cristãos e islãmicos não é assim tanta - em boa verdade os argumentos de uns e outros sobre questões essenciais, como o laicismo do Estado, os direitos humanos, as questões de género, a bioética ou o discurso sobre a ciência são rigorosamente iguais.

Os discursos centrais do fundamentalismo pretendem impedir a separação da religião e do Estado, a interpretação crítica dos "livros sagrados" ou da teologia oficial, ou "o respeito pela liberdade de consciência, de pensamento, de expressão, de reunião, de associação, "o direito à crítica da religião", à mudança de religião e à não crença, a igualdade dos sexos e dos seus direitos, "a distinção entre ética civil e ética religiosa".

De igual forma, o "fundamentalismo religioso" impede qualquer leitura mais reflexiva sobre dados históricos relativos aos seus ícones, ou a questões relacionadas com os seus percursos de fé. A fabricação de mitos e de ícones sagrados ( os santos, os profetas e os mártires) corresponde uma lógica delirante de fabricação de sinais que sustentam o sistema de crenças, que podem ser completamente desligados da realidade cognoscível.


E é este exercício permanente de "defesa agressiva" que caracteriza os deentores das verdades absolutas em matéria de fé.

Verdades absolutas até sobre as radicais dúvidas dos outros.

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