segunda-feira, julho 30, 2012

A banhos

O homem exibe um abdómen gigantesco, sem umbigo. No ventre distendido como um balão, uma cicatriz fininha de alto a baixo explica o umbigo desaparecido. Não ter umbigo é uma deformidade catastrófica, quase como ser um alienígena sem quaisquer vestígios de ligação placentária.
No entanto o homem passeia-se ao sol sem qualquer pudor, o enorme ventre de grávido aflito a bambolear.
Uma súbita náusea assalta-me.

A tradição no seu esplendor

Um texto do afonsinho foi publicado no Diário Ateista.

O que eu me ri.

sexta-feira, julho 27, 2012

Recado para a seita

"The purpose of dialogue is to overcome difficulties in the interpretation of the Second Vatican Council, but we cannot negotiate on revealed faith, that is impossible. An Ecumenical Council, according to the Catholic faith, is always the supreme teaching authority of the Church.”

The assertion that the authentic teachings of Vatican II formally contradict the tradition of the Church is false"

Archbishop Gerhard Ludwig Muller

sexta-feira, julho 20, 2012

A seita


"¿Es posible para un católico, que se dice tal, el querer permanecer fuera de la Iglesia de modo permanente o cuasi-permanente, más aún si el estado de necesidad ya no se da? ¿Por qué no se marchan los que así piensan y forman su propia secta veterocatólica, o novocatólica, o protestante, si así les place? "
 escreve o sartó castelhano.

A respostá  è simples. Já formaram. A seita foi formada por lefebvre



quinta-feira, julho 19, 2012

O sopro

Quando a Igreja Católica, na figura de um dos seus Bispos mais eminentes sai a terreiro em defesa dos pobres e oprimidos , é esse o caminho.
Quando essa posição incomoda o poder político e económico, é esse o caminho.
Quando o tradicionalismo religioso mais instalado também sente o incómodo, é esse o caminho.
Convém não esquecer o que provocou a crucificação de Jesus de Nazaré

O sopro

Os girassóis de Van Gogh saltaram directamente da sua cabeça para o respirar dos olhos.
Se Van Gogh tivesse alguma vez andado de avião, que outros céus não contemplaríamos.

quinta-feira, julho 12, 2012

O sopro

"Esta íntima demora, este morango cardíaco, esta ressoante e ressumante humanidade toda intestina."

Daniel Abrunheiro

O sopro

"Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer."



sexta-feira, julho 06, 2012

Tão simples

"Vão aprender o que significam estas palavras da Escritura: O que eu quero é misericórdia e não sacrifícios"

Pero que las hay...

Um amigo meu que trabalha nas urgências , costuma dizer a propósito de gente maldosa,vizinhos irascíveis ou políticos incompetentes:
- Deixa,o mundo é pequeno e mais tarde ou mais cedo passam-me pelas mãos.
E o que é curioso é que realmente acontecia, não uma, nem duas, nem três vezes. Gente que tinha sido  rude, mal educada ou simplesmente filha da puta, acabava por se encontrar com ele cara a cara, numa maca da urgência, ele de estetoscópio na mão e sorriso melífulo:
- Então , por cá?
Os panhonhos, que já estavam de rastos ou a contorcer-se com dores, empalideciam de pânico.
Aconteceu assim com o amante da ex-mulher, um ano a  seguir ao divórcio, atropelado na passadeira; foi assim com um polícia de trânsito  guloso de multas, que três dias depois foi parar ao hospital com  uma precordialgia; aconteceu assim com a vizinha do terceiro esquerdo quando lhe destruiu a roseira favorita: uma semana depois fez uma reacção alérgica a marisco que a deixou mais morta que viva, de uma cor arroxeada que lhe ia custando o bafo .
E o meu amigo, sempre solícito, excelente profissional, lá os safava a todos, não sem antes lhes fazer a perguntinha sacramental, de sorrisinho ácido:
- Então , por cá?
A coisa tornou-se tão repetitiva que parecia bruxedo,mal o meu amigo recitava a frase fatídica a propósito de um qualquer incidente, (- Deixa,o mundo é pequeno e mais tarde ou mais cedo passam -me pelas mãos),sabíamos que era apenas uma questão de tempo até o desgraçado ir parar ás urgencias.

É por isso que tenho andado com pena do Passos Coelho.

terça-feira, julho 03, 2012

A boa morte

As pessoas dizem-me:  " Por isso é que não quero ter um cão. Quando morrem sofremos muito e é um trauma para as crianças".
Percebo. Podiamos fazer o mesmo discurso sobre as pessoas que amamos ou tantas outras coisas que são precárias, como a vida, o amor, os sonhos , as relações de amizade, os projectos de trabalho. Tudo finito. Tudo tão frágil.Tudo tão passível do nos provocar dores e perdas.
A questão de fundo é - devemos evitar os nossos próprios lutos? Devemos impedir as crianças de viver processos de luto?
No nosso mundo seguro e organizado desta metade norte do planeta, a  morte de um animal de estimação  é o primero contacto de uma criança com a morte e a perda de alguém amado. Muitas vezes é o primeiro contacto real com estas emoções mais fundas e com os rituais de esconjuramento de morte. Já tive de fazer funerais a sério a peixes de aquário e a hamsters. O esconjuro da morte, os rituais de permanência, a  despedida. São no fundo experiências mitigadas de dor e perda que as crianças vivem ultrapassam sem sobressaltos e que as podem preparar para perdas maiores quando forem adultas. Construção de resiliência, mecanismos de coping, o que quiserem. Não é normal uma sociedade que funciona como se a morte não existisse. Não é normal que para as crianças do mundo de hoje a morte seja apenas um jogo de computador ou a irrealidade de filmes violentos no youtube.

É preciso educar para a finitude, para a fragilidade.


Pró-vida

Já nasceram mais de cinco milhões de bebés através de ténicas de procriação medicamente assistida.

segunda-feira, julho 02, 2012

Sinais dos tempos

Boas novas:

Um excelente teólogo ocupa o mais elevado cargo o Santo Ofício. Admirador da Teologia da Libertação, com fortíssimas ligaçôes à américa latina, tem sido bastante criticado por escrever taxativamente  que a virgindade de maria não é perpétua nem fisiológica mas simbólica.

Na sua obra  Dogmatica Cattolica  oferece uma imagem da virgindade de Maria que não se relaciona com “as características fisiológicas do processo natural do nascimento de Jesus, mas com o influxo de salvação e de redenção da graça de Cristo para a natureza humana”.
"“Maria não se apartou das particularidades fisiológicas no processo natural do parto, como factos semelhantes à não abertura do canal endocervical, o não rompimento do hímen e o não sentir as dores do parto”.

 Relativamente ao conceito de transubstanciação, desaconselha o uso do termo “corpo e sangue”, porque poderiam induzir a confusão. “Corpo e sangue de Cristo não significam as partes físicas do homem Jesus durante a sua vida ou em seu corpo glorificado. Corpo e sangue significam aqui antes uma presença de Cristo sob o signo do pão e do vinho”.

Um teólogo sólido, com mais de 400 publicações académicas e muito crítico em relação à seita de Lefebvre e seguidores

É uma questão de poder

"A Igreja tem uma moral sexual que vai até ao último detalhe. Na moral social e econômica, são afirmações genéricas. E isto vem de São Paulo. Ele condenou a homossexualidade e a Igreja não a tolera. Isso é uma coisa terrível. A pressão social faz com que muitos [homossexuais] não saiam do armário. E entre o clero também há muitos.
É uma questão de poder. Quem controla a vida afetiva e sexual de uma pessoa controla a pessoa. Por isso o controle da sexualidade é tão forte na Igreja – ou pretende ser, porque cada vez mais as pessoas fazem menos caso, é um fracasso.Isto não sucede só na Igreja Católica. Há grupos protestantes que são enormemente estritos em tudo o que é sexual e enormemente tolerantes em tudo o que é econômico. Trata-se de uma questão de poder. O dinheiro dá poder. Estar perto dos que têm dinheiro dá poder. E também o controlo da sexualidade, da afetividade e da emotividade, dá poder."


Entrevista do António Marujo a José Maria Castillo Sánchez in Público, Terça-Feira 03/01/2012


Tão pró vida e pró família e assim, tá a ver?


Onde andam  as associações de Famílias Numerosas e as associações ditas pró-vida e os manifestantes chics pindéricos do costume?


Lei natural

 A propósito da lei natural

domingo, julho 01, 2012

E no entanto, move-se

"Chacun de nous, un jour ou l’autre, est placé devant la souffrance, la trahison,la maladie, la mort, et alors, à ce moment-là, il faudra croire que, malgré tout cela, nous sommes aimés, que tout cela a un sens.
Dans le monde violent et sans pitié que nous nous sommes fabriqué, nous, chrétiens, si nous avons à exercer un pouvoir, c’est ce que j’appelle le «pouvoir du cœur », la compassion. Notre Dieu est Père, et dans le fond, Marie a donné à Jésus deux choses que le Père ne pouvait lui donner : le sourire et les larmes. "

Cardeal Jean-Louis Tauran, Presidente do Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso 

fascismo

"No se veía algo así desde los tiempos de Franco: un enorme despliegue policial para desalojar de la catedral de La Almudena (“la casa de todos los madrileños”, que suele decir el cardenal Rouco) a una veintena de deshauciados desesperados. Acompañados y arropados por el cura Eubilio Rodríguez (Billy), sacerdote de la Cañada Real, el mayor asentamiento chabolista de Madrid.
Se colaron en el templo de tapadillo, como si fuesen a la última misa. De entrada, ya no confiaban en la Iglesia como madre acogedora de los desahuciados de vivienda y de futuro.Y sólo resistieron dentro (donde desplegaron sus pancartas) tres horas. Porque, el sacristán avisó a los canónigos de la catedral y éstos al cardenal y a sus obispos auxiliares. Y la policía entró en el templo y les sacó a empujones de la casa del Señor. Sin que ni canónigos ni obispos hiciesen nada por impedirlo. Sólo se resitió como pudo (y poco pudo) Billy, el cura de la Cañada.¿Quién autorizó a la policía el que entrase en el templo? ¿Cómo es posible que la Iglesia permita a la policía entrar en el templo y echar a esta pobre gente? ¿Por qué no se buscó otra salida negociada y una solución social, samaritana y digna? ¿Son éstas las entrañas de misericordia de nuestra Iglesia? ¿Es ésta la nueva evangelización?Rouco lleva meses en silencio. Sin decir una palabra de denuncia sobre los causantes de la crisis ni una palabra de alivio a sus víctimas: deshauciados, emigrantes, parados…Pero, por fin, habló. Y con la fuerza de los hechos y de los gestos, que es mucho más elocuente y contundente. ¡Pobre Iglesia madrileña que utiliza el látigo para echar del templo no a los mercaderes sino a los más pobres!Nunca pensé que pudiese darse algo así. El pueblo de Dios que peregrina en Madrid necesita explicaciones. Y justificaciones de esta canallada antievangélica. ¡Y son capaces de encontrarlas! Pero sus frutos los delatan. ¡Que hable ya Rouco y pida perdón, de una vez!"
José Manuel Vidal







Contra os castelhanos, sempre

Hoje sou italiana.