Na polícia, um grupo de ciganos romenos tentava resgatar um carro que diziam ter sido roubado. Chegaram num grupo de seis - quatro homens e uma mulher com um menino no colo.
Eles barrigudos e de dentaduras reluzentes de ouro, como os piratas, a mulher loura, mais jovem, quase criança, com um colorido lenço eslavo a tapar-lhe o cabelo todo. Uma cena digna de Kusturika que acabou em olhares cúmplices e gargalhadas. “Já não nos basta ser pobres ainda nos roubam o carro”, desabafava o cigano, num espanhol enrolado, para o polícia. " È que há ciganos que não são ciganos", concluiu.
O polícia parecia não acreditar na história. Mas afinal quem é o proprietário do veículo? È dela, apontou o homem e a rapariga deu um passo em frente, sorriu a ali ficou de olhos no chão, o miúdo agarrado aos seios, com ar de quem nunca pegou num volante. Os homens acenderam cúmplices cigarros enquanto esperavam o desenrolar das burocracias policiais. O mais novo, cabelos pretos a escorrer oleosidade, risco ao lado milimetricamente traçado, abraçou a criança com um ar protector. A mulher, de pé, aguentou o frio na rua durante os 45 minutos da peritagem ao interior do carro, todo escavacado.
Era muito bonita e a criança também. A mãe dava-lhe abraços e beijos na face enquanto lhe falava doçuras em romeno, numa cena de presépio.
De repente percebi - um cigano era o josé, os outros deviam ser os reis magos, de risos coruscantes.
Eles barrigudos e de dentaduras reluzentes de ouro, como os piratas, a mulher loura, mais jovem, quase criança, com um colorido lenço eslavo a tapar-lhe o cabelo todo. Uma cena digna de Kusturika que acabou em olhares cúmplices e gargalhadas. “Já não nos basta ser pobres ainda nos roubam o carro”, desabafava o cigano, num espanhol enrolado, para o polícia. " È que há ciganos que não são ciganos", concluiu.
O polícia parecia não acreditar na história. Mas afinal quem é o proprietário do veículo? È dela, apontou o homem e a rapariga deu um passo em frente, sorriu a ali ficou de olhos no chão, o miúdo agarrado aos seios, com ar de quem nunca pegou num volante. Os homens acenderam cúmplices cigarros enquanto esperavam o desenrolar das burocracias policiais. O mais novo, cabelos pretos a escorrer oleosidade, risco ao lado milimetricamente traçado, abraçou a criança com um ar protector. A mulher, de pé, aguentou o frio na rua durante os 45 minutos da peritagem ao interior do carro, todo escavacado.
Era muito bonita e a criança também. A mãe dava-lhe abraços e beijos na face enquanto lhe falava doçuras em romeno, numa cena de presépio.
De repente percebi - um cigano era o josé, os outros deviam ser os reis magos, de risos coruscantes.
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