quarta-feira, abril 03, 2013

Relativismo

Depois de chegar da Finlãndia, três semaninhas  de frio polar com vinte graus negativos, as chuvas torrenciais e os simpáticos doze graus matinaisde lisboa  parecem-me um verdadeiro oásis. Rio mansamente dos tristonhos que falam deste tempo ameno como uma calamidade. Desde que cheguei já vi flores por todo o lado, botões de árvores,résteas de sol, burburinhos de andorinhas, e não são umas pequenas rajadas de vento que aquietam a minha euforia. Experimentem ir comprar um ramo de rosas a um centro comercial e atravessar a rua até ao carro com temperaturas de trinta  graus negativos. As rosas morrem à primeira baforada de ar-da-rua e quando entras no carro as pétalas congeladas desfazem-se como vidros contra os estofos.
Mal cheguei, a primeira coisa eu fiz foi comprar flores, resmas de flores, enchi as jarras todas de casa com todas as cores que encontrei. Depois   abri as janelas. Felicidade pura - as flores não se liquefizeram.

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