Das cidades norte-americanas que conheço, Boston é a mais europeia. De certa forma sentimo-nos em casa, um ambiente misceginizado entre os bairros de londres e alguns ambientes de qualquer capital do centro-norte da europa. As pessoas também, sem aquele conservadorismo bafiento dos cowboys atira primeiro e pergunta depois, tão habitual no cenário de certos estados dos USA ( e isto vale das forças policiais à economia e à política). Pensava eu.
Por isso o ambiente de completa paranóia que se viveu em Boston nos últimos dias é bem o espelho de que se pode facilmente manipular/controlar uns milhões de pessoas sem grande dificuldade.
Os bodes expiatórios, vendidos ás massas como os protagonistas de todo o mal e, se possível, abatidos como cães em directo, são agora uma catarse global facilmente acessível.
Gritam "terroristas" e pegam logo em tochas e nas cordas de Lynch. Eu olho para as fotos e não vejo terroristas, vejo um miúdo de dezanove anos acossado como se fosse uma personagem de banda desenhada ou a incarnação do mal. E de repente Boston não tem nada de europeu.
A exemplar Noruega e o seu processo de julgamento de um perigosíssimo terrorista serial Killer seria impossível nos EUA. Mais uma vez, se existe marca civilizacional e de afirmação dos direitos humanos, é na Europa que a temos de buscar.
Nota - Afirmo aqui o meu repúdio contra quaisquer actos terroristas, qualquer que seja a sua origem o motivação.
Sem comentários:
Enviar um comentário