Na hora em que a extrema direita em Portugal saliva com a oportunidade de "ir ao pote", o ódio contra o Primeiro Minstro transformado numa espécie de "vendeta" ad hominem avança por aí. Nada de novo - a raiva personalizada, mais do que ideias para o país ou projectos consistentes é o que tem agitado o meio político parlamentar nos últimos dois anos. De uma forma quase paranóide e persecutória.
Mas este estilo politiqueiro rasco diz muito da mediocridade crónica das hostes laranja, que pode eleger, finalmente, o seu produto mais óbvio
- um boy da jota, produto directo do
cavaquismo, que toda a vida adulta viveu à sombra do
proteccionismo partidário, desde as oportunidades de
emprego ( patrocinadas por padrinhos barões laranja e empresas partidárias), até ao curso superior tirado muito tardiamente e numa
universidade privada reduto do partido.
Sejam quais forem os resultados eleitorais, há uma curta nota prévia que convém assinalar .
Numa das mais graves crises económicas mundiais dos últimos 80 anos, há a possibilidade de ser eleito um primeiro ministro cujo currículo político ou profissional se caracteriza pela nulidade e mediocridade. ( Só para avaliar o seu grau, os mesmos correlegionários que agora o aplaudem, a babujar expectativas de tacho, são os mesmos que há dois anos acharam que Coelho não tinha sequer perfil para ser deputado e por isso o afastaram das listas eleitorais).
A incapacidade é tão notória que assumem desde já, mesmo antes de começarem de governar, a impossibilidade de cumprir os acordos que assinaram há umas semanas.
O que se avizinha para Portugal é por isso muito próximo da catástrofe. Não que isso afecte gravemente as elites que já veem na crise uma oportunidade de oiro para estabelecer em definitivo um modelo económico de ruptura, ou seja, o neoliberalismo económico sem qualquer regulação e o fim do estado social. È este o programa político do Coelho e sua comandita e é para isso que ele vai ser colocado no poder, como pequena marionetta loira.