segunda-feira, março 29, 2010

Oásis

De repente as gaivotas volatizaram-se.
Só as bandeiras despegam a evidência do vento.
Ao longe a muralha fulva do mar a esmeraldar contrastes.
 Franjas de espuma desfiadas nos dentes da brisa.
Já a rua fervilha de pedras gastas.
As casas são barcos azuis.
Ogivas de anil garganteiam na terra batida
há uma rigidez na pedra que se propaga às colunas
músculos de terra erguidos pouco a pouco
nenhum azul mais puro que este
o azul do deserto
o azul vítreo dos olhos dos mortos
o ventre azulado das mulheres grávidas que a prenhez arroxeia.
As casas são barcos azuis à sombra dos claustros, 
e é completamente azul esta alegria
a latir no coração.

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