quinta-feira, novembro 02, 2006


Eu não gosto de coprolália. Muito menos da sua utilização brejeira sempre que se fala em mulheres , sexualidade feminina ou controle da fecundidade feminina.
POrque é que os discursos sobre os corpos das mulheres e sobre a fertilidade desembocam obrigatoriamente em termos grosseiros?
Duas explicações: o medo e a frustração.
Há muitos homens mal amados. São os que mais usam a expressão foder.
Como diria o Miguel Esteves Cardoso, o amor é fodido, e eu acrescento, sobretudo quando se anda mal fodido.Talvez porque a "f. " mais abjecta tem em si a sede do amor e a oportunidade do mistério.
E as mulheres estão aí, nesse centro de tudo, onde os homens se perdem e se encontram.Talvez por isso haja tanto medo das mulheres e do seu corpo e da sua vontade e do seu infinito poder. O poder do amor e da vida.
Um velha história, não é?

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