segunda-feira, dezembro 24, 2012

O meu presente de Natal - Ser cristão

Sentei-me  agora, a descansar um pouco,   manhã quase natalícia para ler um texto do Vítor. É um dos textos mais densos e profundos que li nos últimos tempos e diz quase tudo sobre o essencial da vida, da esperança, da Fé, da ausência e da presença. Por várias razões pessoais, considero este texto, escrito para Rita Quintela, um texto  blogosférico, um presente pessoal de natal, de deus para mim.

"Que a última sílaba seja vida e alegria, em detrimento de todos os males e horrores da existência, é algo que constante e constitutivamente se nos escapa no frasear da própria vida, e que nesse mesmo escapar se nos revela como uma fome, um clamor, algo que nos chama do fundo da própria vida: toma-me, estou aqui, basta dares apenas um passo, apenas uma palavra. Procura o sentido: eu sou.

O sentido não tem identidade nem forma, é como a brisa que arde e o silêncio que ecoa: facilmente se apaga a primeira e se ensurdece o segundo; tão frágil e evanescente como o sorriso da criança antes de morrer, como a mão de qualquer mortal a acolher a nossa: porque raio uma vida frágil teria de ter um sentido forte? Deus é forte na fraqueza, na minha, e na sua própria fraqueza: é ao tornar-se mortal, que Deus mostra o seu próprio caminho e ser; é no abandono de Deus que se consuma a paixão de Cristo; é no desânimo dos discípulos que se ergue a ressurreição; e a interrogação é reposta na sua intensificação máxima, a sua conjugação temporal passa a ser - a eternidade: qual o sentido desta merda se isto fôr desde e para sempre e para nunca, e nada se perca nem o mínimo cabelo ou palavra por mais vãos e insignificantes que sejam?

Eu sou: vem e segue-me."

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